Anátemas no Synodikon a respeito da distinção entre essência e energias em Deus

 
 
Para aqueles que às vezes pensam e dizem que a luz que resplandeceu do Senhor em Sua divina transfiguração é uma aparição, uma coisa criada e um fantasma que aparece por um instante e logo desaparece, e que outras vezes pensam e dizem que esta luz é a própria essência de Deus, e assim se lançam de maneira demente em posições inteiramente contraditórias e impossíveis; a tais homens que, por um lado, delirando com a loucura de Ário, separam a única Divindade e o único Deus em criado e incriado, e que, por outro lado, estão enredados na impiedade dos messalianos que afirmam que a Divina essência é visível e que, além disso, não confessam, de acordo com as teologias divinamente inspiradas dos santos e a mente piedosa da Igreja, que essa luz supremamente divina não é uma coisa criada, nem a essência de Deus, mas é graça, iluminação e energia naturais e incriadas que procedem eterna e inseparavelmente da própria essência de Deus,

Anátema (3)

Novamente, para aqueles mesmos homens que pensam e dizem que Deus não tem energia natural, mas nada mais é que essência, que supõem que a essência divina e a energia divina são inteiramente idênticas e indistinguíveis e sem diferença apreensível entre elas; que chamam a mesma coisa ora essência e ora energia, e que insensatamente abolem a própria essência de Deus e a reduzem ao não-ser, pois, como dizem os mestres da Igreja, 'só o não-ser é privado de uma energia', a esses homens que pensam como Sabélio, e que ousam agora renovar sua antiga contração, confusão e coalescência das três Hipóstases da Divindade sobre a essência e a energia de Deus, confundindo-as de uma maneira igualmente ímpia; a esses homens que não confessam de acordo com as teologias divinamente inspiradas dos santos e a mente piedosa da Igreja, que em Deus há essência e energia natural essencial, como muitos dos santos, e especialmente todos aqueles que se reuniram no Sexto Concílio Ecumênico, explicaram claramente a respeito das duas energias de Cristo, tanto divina quanto humana, e Suas duas vontades; para aqueles que de modo algum desejam compreender que, assim como há uma união inconfundível da essência e da energia de Deus, também há uma distinção indivisa entre elas, pois, entre outras coisas, a essência é causa enquanto a energia é efeito, a essência sofre nenhuma participação, enquanto a energia é comunicável; para eles, portanto, que professam tais impiedades,

Anátema (3)

Novamente, para aqueles mesmos homens que pensam e dizem que todo poder e energia natural da Divindade Tri-hipostática é criado e, portanto, são constrangidos a acreditar que a própria essência de Deus também é criada, pois, de acordo com os santos, a energia criada evidencia uma natureza criada, enquanto a energia incriada designa uma natureza incriada; a esses homens que, em consequência, correm o risco de cair no completo ateísmo, que fixaram a mitologia dos gregos e o culto das criaturas à fé pura e imaculada dos cristãos e que não confessam, de acordo com as teologias divinamente inspiradas dos santos e a mente piedosa da Igreja, que todo poder e energia natural da Divindade Tri-hipostática é incriado,

Anátema (3)

Novamente, para aqueles mesmos homens que pensam e dizem que através dessas doutrinas piedosas uma composição é introduzida em Deus, pois eles não observam o ensino dos santos, de que nenhuma composição ocorre em uma natureza a partir de suas propriedades naturais; a tais homens que, assim, lançam falsas acusações não apenas contra nós, mas contra todos os santos que, com muita lucidez e em muitas ocasiões, reafirmaram com muita clareza tanto a doutrina da simplicidade e falta de composição de Deus quanto a distinção da essência e energia divinas, de tal maneira que essa distinção de forma alguma destrua a simplicidade divina, pois, caso contrário, eles contradiriam seus próprios ensinamentos; para aqueles, portanto, que falam essas palavras vazias e não confessam de acordo com as teologias divinamente inspiradas dos santos e a mente piedosa da Igreja, que a simplicidade divina é mais excelentemente preservada nesta distinção digna de Deus,

Anátema (3)

Novamente, para aqueles mesmos homens que pensam e dizem que o nome 'Divindade' ou 'Deidade' pode ser aplicado apenas à essência de Deus, mas que não confessam de acordo com as teologias divinamente inspiradas dos santos e da mente piedosa da Igreja, que esta denominação pertence igualmente à energia divina, e que assim uma [só] Divindade do Pai, Filho e Espírito Santo é por todos os meios ainda professada, quer se aplique o nome 'Divindade' à Sua essência, ou à Sua energia, como os expositores divinos dos mistérios nos instruíram,

Anátema (3)
 
Mais uma vez, para aqueles mesmos homens que pensam e dizem que a essência de Deus é comunicável, e que assim sem vergonha se esforçam para introduzir sutilmente em nossa Igreja a impiedade dos messalianos, que antigamente padeciam da doença desta mesma opinião, e que assim não confessam de acordo com as teologias divinamente inspiradas dos santos e a mente piedosa da Igreja, que a essência de Deus é totalmente inapreensível e incomunicável, enquanto a graça e a energia de Deus são comunicáveis,

Anátema (3)

~ Do Concílio de Constantinopla realizado em 1341

Nenhum comentário:

Postar um comentário