Não tenho autoridade da Palavra de Deus 'para julgar aqueles que estão fora' [1 Cor 5:12]. Tampouco aceito que qualquer homem vivo tenha o direito de sentenciar todos os pagãos e muçulmanos do mundo à perdição. É muito melhor deixá-los àquele que os criou, e que é o Pai dos espíritos [Heb 12:9] de toda carne, o Deus dos pagãos assim como dos cristãos, que não odeia o que criou.
Talvez haja pessoas bem intencionadas que levam isso mais além; que declarem que toda mudança operada nos homens, seja em seus corações ou vidas, nenhum benefício trazem se não possuem uma visão clara das doutrinas principais - a queda do homem, a justificação pela fé, a redenção feita pela morte de Cristo ou sua justiça transferida a eles. De maneira alguma ouso afirmar isso. De fato, não creio nisso. Creio que o Deus misericordioso leva em conta as vidas e índoles dos homens mais do que suas ideias. Creio que ele respeita a bondade do coração em vez da clareza da cabeça; e se o coração de um homem for preenchido (pela graça de Deus e o poder de seu Espírito) com um humilde, gentil e paciente amor a Deus e aos homens, Deus não lançará fora esse homem no fogo eterno preparado para o diabo e seus anjos por suas ideias não serem claras, ou por suas concepções serem confusas. Sem santidade, eu digo, 'nenhum homem verá o Senhor' [Heb 12:14], mas não ouso acrescentar, 'ou ideias claras'.
John Wesley, Sermão 125
Nenhum comentário:
Postar um comentário